Como estabelecimento de novas propostas de acolhimento, que vem sendo permeado por um olhar mais humanista e despreconceituoso, da sociedade e poder público em geral, é hoje necessário novas formas de perceber a crianças e suas necessidades básicas, que deixaram de ser olhadas com uma visão assistencialista passando a ocupar seus lugares de direito enquanto, seres humanos e cidadãos.



A reformulação das políticas públicas para crianças e adolescentes não pode ser vista como algo desvinculado do movimento, que impreterivelmente deve ser iniciado pela sociedade civil e principalmente pelas Instituições que pretendem acolher, instruir, formar e construir através do respeito e afeto novas resignificações de vida para estas crianças.



O abrigo hoje não pode mais se propor a matar a fome, proteger do tempo e dos perigos das ruas, precisa se propor, ter a ousadia e pretensão de ser, na falta de uma família continente, o mais próximo possível de tudo que esta família teria que ser, para promover um desenvolvimento saudável, tanto no âmbito biológico quanto mental dessas crianças.



Promover esforços cada vez maiores na tentativa de evitar que a privação do convívio familiar venha a se transformar em déficit mental, físico, ou psíquico para a criança que posse provisoriamente pelo sistema de abrigamento deve ser uma proposta permanente e obrigatória deste setor de atendimento.



Faz-se necessário não só o “atender”, mas o “acolher”, o “prevenir”. Ampliar o modelo de atendimento temporário, no intuito de prever e intervir no processo degenerativo que a exclusão social e o abandono familiar causam nestas crianças é a proposta deste projeto.



Nesta proposta esperamos sair do âmbito de atendimento emergencial, que visa suprir necessidades básicas de existência, para nos lançarmos na ampliação do conceito, que vai de um mínimo necessário para uma fronteira ainda desconhecida, que é o máximo que uma Instituição pode oferecer, como contribuição na formação destas crianças de hoje, que serão os Homens de amanhã.



O Projeto visa criar uma rede de assistência e atendimento a criança, ampla e humanizada, proporcionando atendimentos de profissionais que assegurem uma possível prevenção no diagnóstico de patologias físicas e psíquicas.



Acreditamos que este procedimento de diagnóstico preventivo e interventivo no âmbito individual, familiar e social da criança contribua de forma direta e positiva na construção de sua subjetividade e qualidade de vida.

Com um atendimento humanizado e diferenciado o projeto de Lar-Abrigo propõe  minimizar os prejuízos que um sistema de abrigamento despersonalizado e formal causam as crianças em primeira instância e a família ,sociedade e Estado de formas indiretas e proporcionais.